Minha história de leitura é uma
história de amor, amor por histórias. No começo eram filmes, desenhos, mas a
partir do momento em que aprendi a ler, o livro sempre me acompanhou, ele eu
carrego para qualquer lugar, a televisão não. Não me sinto sozinha na companhia
de um bom livro.
“Ainda farei um livro onde as crianças possam morar.” Monteiro Lobato
Tudo começou na 1ª série com a “Cartilha
da Mimi”, isso mesmo, não passei pela “Caminho Suave” como a
maioria dos meus colegas, mas apesar da personagem lúdica, o “beabá” era o
mesmo.
Quando aprendi a ler logo pedi um
livro de presente, minha mãe, mesmo com pouco estudo, foi minha primeira
incentivadora. Levou-me pela primeira vez a uma livraria e eu pude escolher aos
oito anos meu primeiro livro, "Cinderela", uma edição de capa dura com lindas
ilustrações, esse eu tenho até hoje.
Depois disso ganhei da tia “Dora” dois livros da “Coleção
Cachorrinho Samba”, esta coleção me apresentou à “Maria José Dupré”, a autora
preferida da minha infância. “A montanha encantada” foi o primeiro desta
coleção, ler sobre uma cidade de anões dentro de uma montanha foi uma aventura
maravilhosa. Minha mãe completou a coleção.
"Um livro é um brinquedo feito com letras" Rubem Alves
Na sequência
vieram “O menino mágico” de Raquel de Queiroz, e “Os mais belos contos de fadas
chineses”, esse eu reli inúmeras vezes, por ter várias histórias eu as lia sem
ordem e praticamente decorei as que mais gostei.
No ginásio éramos “obrigados” a ler um livro por bimestre (mas eu adorava essa obrigação), comprávamos direto da
editora e eu ficava esperando ansiosamente a chegada da encomenda, só não
gostava de fazer resumos, pois era uma escritora preguiçosa. A partir dos onze
anos os livros da “Coleção Vagalume” foram meus companheiros. “Aventuras de
Xisto” de Lúcia Machado de Almeida foi o primeiro e um dos preferidos ,
cavaleiros, bruxos e feiticeiros sempre me fascinaram. Quando comecei a
lecionar lia esse livro em capítulos para os meus alunos, dizia que era a
novela da escola, até hoje encontro ex-alunos
que lembram dessa história.
Reencontrei-me com Maria José Dupré
na “Ilha Perdida”. Lendo “O mistério do Cinco Estrelas”, fiquei fã de Marcos
Rey, adorava as aventuras da turma do Leo, ficava esperando encontrar livros do
autor nas outras séries.
Na sétima série li “O escaravelho do
Diabo”, também de Lúcia Machado de Almeida, uma história de crime e suspense
instigante, também entrou na lista dos preferidos.
A poesia não me chamou a atenção logo no inicio. Lembro que, ainda criança, gostei muito de uma poesia de Casimiro de Abreu chamada "Meus oito anos", essa poesia tinha um saudosismo que me encanta até hoje. Depois vieram Vinícius de Morais, Cecilia Meireles, Manoel Bandeira, acho Cora Coralina de uma sabedoria enorme e, recentemente, descobri Flora Figueiredo e Solano Trindade.
Abaixo "Meus oito anos":
Abaixo "Meus oito anos":
Agora uma curiosidade: tenho uma irmã dois anos mais nova que, mais agitada do que eu, não se interessava por leitura, com o tempo ao observar meu interesse pelos livros pensou “Ou ela é louca, ou esse negócio é bom mesmo”, começou a ler também, hoje acredito que leia até mais do que eu.
No final da adolescência ganhei "O pequeno príncipe" e ", "Pollyana" foram leituras deliciosas.
Com catorze anos li "Amor de Perdição", um romance português de Camilo Castelo Branco, confesso que na época não gostei, um romance em que os apaixonados morrem, um após o outro. Ainda imaginava que em um romance tudo tinha que dar certo no final, na verdade ainda hoje espero pelo "final feliz". Anos depois um outro romance que me revoltou foi "O crime do Padre Amaro" do também português Eça de Queirós, quem já leu vai entender o porquê da revolta.
Destaco uma leitura que refiz na faculdade: "O cortiço", de Aluísio Azevedo, li no colégio e para falar a verdade achei nojento. No início do livro o autor faz uma comparação entre o crescimento do cortiço e o fervilhar "de larvas no esterco". Na faculdade, entendendo o contexto histórico, consegui admirar o estilo do autor.
Ainda na faculdade encontrei com vários mestres da escrita, destaco Machado de Assis e José de Alencar.
Pós faculdade foi uma overdose de best sellers: as "Brumas de Avalon" e várias outras aventuras do rei Artur, os livros de Sidney Sheldon, Agatha Christie e Dan Brow.
Os últimos livros que me encantaram: "Memórias do Livro", "A resposta" e "Crônicas de Gelo e Fogo", estou aguardando, ansiosamente, os próximos volumes desta coleção.
No ano passado li "A história sem fim", quando criança assisti ao filme e fiquei encantada com a história, o livro chegou para os alunos e eu não resisti, no livro gostei ainda mais.
Recém terminado: "Assassins'Cread", pois é, pode parecer estranho, mas fiquei curiosa por causa do cenário medieval e do interesse dos alunos. Li o primeiro, mas para mim não dá, é muito sangue jorrado e osso quebrado para o meu gosto.
A leitura atual é o livro "Nu de Botas", de Antonio Prata, é engraçado falar assim, mas estou "economizando" este livro, são várias crônicas, eu gostei tanto que não quero que acabe, então estou entremeando com outras leituras.
Na fila está o livro "As crônicas de Nárnia", alguns alunos leram e fiquei curiosa, sigo uma teoria que diz " se o filme é bom o livro deve ser melhor", comecei a ler e estou bastante animada.
Além desses, existiram muitos outros, livros que li com minha filha, livros da biblioteca da escola que li para conhecer e recomendar aos alunos, mas como a minha lista é muito grande acho melhor parar por aqui.
Não vou negar que foi um prazer escrever estas memórias, e com você que teve paciência para ler até aqui vou assumir o compromisso de manter este relato atualizado.
Olá, poderia me informar o autor(a) do livro Cinderela, edição capa dura?
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